No dia 19/04 foi realizada, na Câmara Municipal, Audiência Pública sobre o reajuste na tarifa do SAAE (Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Cruzeiro). O tema também já havia sido objeto de duas Audiências realizadas em março.

Representando o Legislativo, estavam presentes o presidente Diego Miranda (PSDB), o primeiro-secretário Thales Gabriel Fonseca (SD) e o vereador Antônio Carlos Marciano (PROS). O vereador Sérgio Antônio dos Santos (PRB) justificou sua ausência. O SAAE foi representado pelo diretor Luiz Horta.

Antônio Carlos Marciano (PROS) deu início à Audiência, explicando que o motivo da mesma era para que os munícipes tivessem uma resposta quanto ao aumento na tarifa de água.

O diretor do SAAE, Luiz Horta, afirmou que não se trata de aumento, mas sim de um reajuste da tarifa, devido ao aumento de custos. Ele também comparou o valor com o da SABESP (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), que abastece cidades como Lavrinhas, Cachoeira Paulista e Silveiras, e a partir de abril começaram a pagar R$44,76, o que segundo ele corresponde a 140% a mais do que o valor ajustado em Cruzeiro.

Luiz Horta listou itens que levaram ao reajuste, como flúor, diesel e os salários, que em um ano aumentaram em 13,81%. No estado de São Paulo, ele disse não ter conhecimento de nenhuma cidade que pague uma tarifa mais baixa do que Cruzeiro. Quanto aos custos operacionais, o maior é com a eletricidade, que, comparando-se os primeiros semestres de 2014 e de 2015, sofreu aumento de 49%, e de 85% na comparação do segundo semestre dos mesmos anos.

Quanto aos novos investimentos a serem realizados pela autarquia, Luiz Horta lembrou novamente que em 26/01 o SAAE conseguiu a outorga para quatro poços artesianos, necessários devido ao grande aumento populacional na cidade. O primeiro deles já está em processo de licitação; ele será no Distrito Industrial I e terá reservatório de 250 a 500 mil litros.

O munícipe Zezé disse acreditar na justificativa quanto ao aumento, porém questionou o diretor quanto à falta de água na Vila Crispim e parte da Lagoa Dourada. A resposta foi de que a solução será quando for implementado um reservatório de 500 mil litros no local. Por enquanto, segundo Horta, está sendo feita a minimização da falta de água.

Zezé ainda comparou o Jardim Primavera, que tem água todos os dias, e a Vila Crispim, que tem ficado sem água até nos finais de semana. Para ele, uma solução temporária seria cada bairro ficar sem água metade do dia. Porém, o diretor do SAAE disse que essa situação foi atípica, pois quatro adutoras estouraram e até que a situação fosse resolvida, o reservatório baixou muito. Quanto a dividir a água para os dois bairros, Luiz Horta disse que teria que conversar com sua equipe técnica, administrativa e com os vereadores para verem o que seria possível.

O diretor disse que o problema do bairro já existe há mais de 10 anos, então infelizmente ele não conseguiria resolvê-lo de uma hora para outra. Sua proposta foi o prazo de três meses para que o reservatório estivesse pronto e abastecendo a Vila Crispim.

A professora Celina questionou o fato de terem que pagar por uma tarifa muito alta e não receberem água. Luiz Horta respondeu que poderia pedir um posicionamento ao jurídico do SAAE para tentar colocar os moradores afetados em uma tarifa minimizada, até que a situação seja reparada.

O munícipe Roberto Tadeu contou sobre um vazamento que permaneceu durante 12 dias em uma rua do Centro da cidade, e questionou se não seria melhor fazer um reservatório em locais que tenham residências, e não em locais distantes. A resposta foi que os poços artesianos têm que ficar em lugares propícios, ou seja, em cima do Aquífero Cristalino.

Joaquim Cardoso e Carlos Eugênio, também munícipes, se disseram cansados de ouvir promessas, e pediram por uma solução até que o reservatório fique pronto. O diretor disse que estão licitando o poço e essa será a única solução. A justificativa foi o grande aumento da população nos últimos 17 anos, e o volume de água que está diminuindo.

O último munícipe a questionar Luiz Horta foi Roberval, que pediu para que fosse comentado sobre a perda no sistema, de 50%. Além disso, convidou a todos para a Audiência Pública marcada para o dia 05/05, em que seria apresentada a proposta de instituição do Conselho Municipal de Águas. O diretor afirmou que todo sistema de água possui perdas, e exemplificou que se estima que na cidade haja mais de 2 mil ligações clandestinas.

Aberto aos vereadores, o primeiro-secretário Thales Gabriel Fonseca (SD) perguntou ao diretor Horta se já havia data para a licitação. A resposta foi que não, pois ainda estavam sendo analisados os tipos de reservatórios.

O presidente Diego Miranda (PSDB) pediu para que houvesse uma atenção redobrada nos processos de compra e disse ver com bons olhos as propostas feitas pelos munícipes.

A Audiência foi finalizada pelo vereador Antônio Carlos Marciano (PROS), que afirmou que o diretor deveria se dispor a responder a tudo o que diz respeito ao SAAE, independente do tema da Audiência, e cobrou ainda maior eficiência da direção da autarquia.

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Texto: Polyana Gonçalves / Comunicação CMC
Foto: Ana Laura Azevedo / Comunicação CMC